A incorporação de energias renováveis no cabaz energético, desde a solar fotovoltaica à eólica, continua a crescer por todo o mundo, e em particular em Portugal.
No entanto, a oferta formativa ao nível do ensino superior parece não acompanhar ainda a transição energética em curso. São as conclusões do estudo “O fracasso da descarbonização do sistema global de ensino no domínio da energia”, conduzido pelo Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais.
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Segundo dados recolhidos junto de 18 400 universidades que oferecem formação específica no âmbito da energia em 196 países, 68% dos diplomas do ensino da energia a nível mundial focam-se em combustíveis fósseis e apenas 32% em energias renováveis.
Além disso, 546 universidades têm faculdades e/ou cursos dedicados aos combustíveis fósseis, enquanto apenas 247 têm faculdades e/ou cursos centrados em fontes de energia limpa.
Os investigadores Roman Vakulchuk e Indra Overland, que conduziram o estudo, sublinham que as instituições de ensino superior não estão a conseguir acompanhar o ritmo da procura de qualificações na área das renováveis, o que poderá traduzir-se em “conjuntos de competências irrecuperáveis devido a uma (má) educação”.
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A oferta de formação por parte das universidades também não segue ainda o ritmo do mercado de trabalho mundial, que apresenta uma empregabilidade cada vez maior e diversificada no setor das energias renováveis.
Além desse desfasamento, os autores identificam diferenças entre o setor privado e o público, destacando que as universidades privadas têm sido “ligeiramente mais ativas” do que as públicas nos cursos ministrados em torno das renováveis.
Fonte: Jornal de Negócios