Se há algo de esperançoso num cenário de destruição é a hipótese de reconstruir do zero, de criar novo a partir do velho, de poder crescer a partir das cinzas.
Apesar do conflito devastador que tem sido a guerra na Ucrânia, o país liderado por Volodymyr Zelenskyy tem demonstrado uma resiliência ímpar. E encontrou alguns parceiros improváveis. Muitas partes da Ucrânia ficaram às escuras devido a ataques aéreos russos. No entanto, uma empresa de águas conseguiu manter as bombas a funcionar. O segredo? Painéis solares.
Segundo o The Washington Post, um número crescente de hospitais, escolas, esquadras de polícia e outros edifícios essenciais ucranianos estão a apressar-se a instalar painéis solares, antecipando outro inverno potencialmente rigoroso. Aquilo que pode ser visto como um esforço para aumentar a sustentabilidade da rede elétrica pode igualmente melhorar a sua segurança e robustez, tornando mais difícil a ocorrência de falhas de energia.
Mas mais do que um recurso energético, a energia solar fotovoltaica tem-se revelado uma fonte de calor humano. No início da invasão, quando a eletricidade foi cortada, algumas pessoas com painéis solares residenciais permitiram que os vizinhos carregassem os seus telefones e se ligassem à internet para ler notícias sobre a invasão ou enviar mensagens a familiares, revelou Artem Semenyshyn, diretor executivo da Associação de Energia Solar da Ucrânia, à Scientific American.
A aposta em energias renováveis, que tem funcionado como uma ferramenta de resistência, surge assim como uma oportunidade de reconstrução da Ucrânia. Mais ecológica, mais segura e mais solidária.