Os sistemas energéticos da Europa estiveram sob pressão durante o mês de julho, em que se registaram temperaturas máximas recorde.
Aquele que foi o mês mais quente de sempre na Terra traduziu-se numa procura em massa de sistemas de ar condicionado, causando picos de procura, o que poderia ter acentuado a escassez energética.
No entanto, o crescimento significativo da energia solar tem compensando esses picos causados pelos sistemas de refrigeração, segundo Kristian Ruby, secretário-geral do grupo da indústria da eletricidade Eurelectric, em declarações à Euronews.
Esse aumento foi sobretudo visível no sul da Europa, com Espanha a acrescentar um recorde de 4,5 gigawatts de capacidade solar fotovoltaica em 2022. O resultado? Em julho de 2023, a energia solar abasteceu 24% da eletricidade espanhola, quase mais 10% do que no mesmo período de 2022 (16%).
Já na Sicília, no mês passado, a produção de energia solar quase duplicou face a julho do ano anterior. Na Grécia – frequentemente assolada por ondas de calor – durante o pico de procura de energia, a 24 de julho, os painéis solares forneceram 3,5 GW de um consumo total de 10,35 GW.
Em Portugal, julho foi o mês em que a produção fotovoltaica atingiu máximos históricos, cobrindo 10% da procura de energia.
Números para já modestos, mas que demonstram uma participação crescente das energias renováveis no cabaz energético, bem como o seu papel na mitigação dos efeitos das vagas de calor e decorrentes picos de procura de energia.