Em abril, no seu “Global Electricity Review 2023”, o think tank britânico Ember defendia que a era fóssil estava no início do fim.
Agora, Fatih Birol, diretor executivo da International Energy Agency (IEA, Agência Internacional de Energia, em português), confirma a mesma premissa numa entrevista ao Financial Times, prevendo que a procura de petróleo, gás natural e carvão deverá atingir o pico antes de 2030.
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O rápido crescimento das energias renováveis, associado a uma maior adesão aos carros elétricos (sobretudo na China), surge como o grande propulsor desta tendência.
Birol afirma mesmo que a previsão da IEA assenta em políticas ambientais colocadas em prática atualmente – ou seja, não inclui previsíveis revisões futuras por parte dos governos, no sentido de fomentar ainda mais o recurso a fontes limpas.
Esta previsão tem ainda em conta o recrudescimento dos combustíveis fósseis no seguimento da pandemia – uma tendência que não parece afetar as estimativas da agência.
A OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, em português) já reagiu à posição da IEA, defendendo que a projeção do pico da era fóssil para antes de 2030 não é baseada em factos.
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Em comunicado, o secretário-geral Haitham Al Ghais afirmou que tais “narrativas” deverão “falhar espetacularmente”, levando a um “caos energético a uma escala sem precedentes, com consequências nefastas para economias e biliões de pessoas em todo o mundo”.
A OPEC acrescenta que as previsões da IEA não incluem os avanços tecnológicos introduzidos pela indústria fóssil com o intuito de reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Numa antecipação de resistência por parte do setor fóssil, Birol afirmou que políticos e decisores não podem ser complacentes, quando o objetivo é limitar o aquecimento global a 1.5ºC.
“Está nas nossas mãos”, rematou.
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